domingo, 16 de agosto de 2009

Bilhete do nosso amor. (7ª folha)

"Meu amor,

Sussurro um amo-te ao vento. E o vento leva-o, uma e outra vez. Espero ansiosamente que o ouças, que o sintas, que me queiras. O fogo que me percorre as veias não se apaga com a escrita, admito, mas rezo para que se acenda em ti. Não quero arder sozinho. Nunca quererei. Pago agora as saudades por tanto te precisar e não me arrependo o tanto te amar, será demais? A menos nunca é, isso tenho a certeza. Neste pequeno excerto só uma coisa está no meu corpo. O teu coração.

Teu,
Joaquim Salgueiro"

(Esta é sem dúvida uma folha A5)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Diário do nosso amor. (6ª folha)

"Meu amor,

Estou parado e olho o céu. Lembras-te de Orion? Eu lembro. E lembrarei sempre, assim como aquela música que ficará no meu coração eternizada, assim como todos os momentos em que estive (ou não) contigo. Apetece-me enlouquecer e fugir do mundo contigo, raptar-te do que a ti te rodeia,
levar-te, ter-te e abraçar-te, como gosto de fazer. Penso sempre se estarás bem comigo. E espero sempre para mim que os meus braços sejam sempre para ti a tua única casa.
Admito que agora fechei os olhos e te imaginei, tão bela, sorridente e, nos meus lábios, ardente. É paradisíaco, confesso, poder sonhar contigo como tão bem sonho e saber que enquanto escrevo estarás tu suspirando por mim. Verdade, a tua falta é dura e crua, intragável e sofrida, meu amor, é falta de pouca dura, dias de chuva nunca vêm para ser eternos e tu que me iluminas, como sempre às-de voltar a reencontrar meus braços e um leve trocar de saudades encriptados nuns doces e apaixonados toques labiais. Mais até, prometo, já amanhã, tenho a vida em mim para te dar, vida e muito mais, é amor, é alma e acreditar! És tu meu amor, que me cantas no coração, embalas-me na tua voz e bem no espírito me falas, me recitas, me atrais. Íman do meu ser, posso afirmar.
É hora de te telefonar, preciso desesperadamente de voltar a ouvir a tua voz. Como sempre, amarte-ei no meu caminho. E obviamente, ainda temos muito a caminhar.

Teu,
Joaquim Salgueiro"

domingo, 2 de agosto de 2009

O dia a dia de serrano

Olha em volta
e aprecia
o rapaz da chique moradia
é finório
elegante e distinto,
rosa no peito
nota no bolso
e cachimbo que combina,
é alto
(por demasia)
rapaz sério
e caladito
não se abre
nem com as meninas!
o coitado do rapazito,
cá na terra
lá falam das companheiras
umas gordas
outras feias,
todas putas
todas pranhas,
trazem meninos
filhos
e sobrinhos
(à dias até um gandulo
lá foi parar,
era panilas
ouvi dizer)
Quando não chove
anda cá fora
"Olá senhor chique!"
Disseram olá?
Ele também não!
tem a mania
e nariz mais que empinado
raio do rico
era poder
e dava-lhe um cacete!
Enfim...
Amanha falarei da irmã.

Joaquim Salgueiro