que cercam distâncias
e torturam paixão,
não sei se sim,
só sei que não.
nunca te vi, apesar
de correr todas as noites
estradas sem fim
e cair de penhascos
irreais, apesar de todos os dias
mandar beijos para o ar
e esperar que eles voem
até verem os teus lábios.
seja um dia
futuro e eu estarei contigo,
seja um dia o prometido
e nunca serei o mesmo.
qual o mal de querer?
e de sentir,
de quando em vez,
a tua falta?
mesmo sem nunca te ter,
sei que voltarás
por um caminho
nunca pisado.
Um dia será o prometido futuro.
Joaquim Salgueiro