quarta-feira, 20 de outubro de 2010

filosoficisses.

inauguram-se ventos
e levantam-se as bandeiras,
procuram-se homens e mulheres
de alma cheia,
fecha-se a porta a mentes sãs ou pouco crentes,
entra-se agora num mundo
onde nada parece diferente.
a âncora pode estar prestes a levantar
e o adeus pode vir com a lágrima
juntar mais sal ao pouco que tem o mar,
os lenços caem em sinal de adeus
e toalhas sujas ficam em terra, ao fundo a ver,
os tios e avós querem mais fama
e a mulher quer mais uma carta
escrita na cama,
os amigos vinhos de outras terras
e a amante um anel da rara pedra.
calma gente, a viagem ainda nem se deu
e o céu escuro é preto e meu,
outros sonhos surgem
quando um sonhador nasce,
mas um mergulho profundo
neste sítio imundo
enaltece qualquer bondade.
brilha sol, é ultima vez que o fazes.
quando acordar, nunca terei vivido
e cada dia é o melhor
se nenhum outro tiver acontecido,
despede-te já de mim...
amanhã esqueci-me que existo.

Joaquim Salgueiro