sábado, 14 de fevereiro de 2009

levemente perfumado.

Passaste-me ao lado
da consciência
devastada, por ti só
acompanhada seguramente,
mente o corpo alma e mente
a todas as chamadas
seguro-me a leme fechado
tal olhos , perfume à boca
e álcool em pasta no caminho,
um sozinho, outro acompanhado.

Cheiro intenso
de corpo perfumado
mar revolto e destronado
portefólio de vidas amargas
torrentes entre entes abandonados
bando campo subtil estragado
confundido, devastado.

Joaquim Salgueiro

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Uma ausência cruzada.

Do nada veio a tua imagem,
clara, por mim amada,
sofrida, a dor que origina,
tal dor...
que mói o corpo,
Serra a mente, mata o morto.
A dor, a tua dor por mim sentida,
vi-te madrugada, sinto-te adomecida,,
nos meus braços, nus, queridos,
tal carinho meu amor,
Voaste daqui embora
e embora não me digas,
sei que sofres, tal dor a minha.

Agora e do nada,
lá longe, enovoada,
não suspiras,
não me falas,
e a tua ausência, cruzada,
trespassa coração e alma,
palavra errada.
Espera
que morri, meu amor.

Joaquim Salgueiro

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Folha 2

Devagar, suspiro fundo. Já lá vai o tempo em que suspirava entre palavras, isso era antes, agora suspiro murmúrios e falo a murmurar. Penso em cada palavra com a vida, mas não a vivo, isso fica para quem me está a olhar. Falo de frente, falo apressado, expressivo e com olhar, marco presença. Mas tu... onde tu estás? Ouvi antes palavras lidas e não me contive, cruzei braços e parei, a mente caiu ao fundo. Lá no fundo, onde o mundo continuava a circular e , entre mendigos, algum se há-de preocupar. Levantar não era opção, que stress aquele, que explosão.

Rompeu-se uma lágrima e fugiram as outras. Quanto à mesa onde estava, de tanta água (ou mágoa, talvez) ficou lavada.

Volto ao presente e os olhos lá ao fundo brilham, mas que gente, que gente esta que me extingue. Não me levanto outra vez enquanto não estiveres aqui.

Joaquim Salgueiro.