bebo o imaginário como se estivesse meio cheio,
falo com paredes e bonecos doutros tempos
como se o tempo viajasse noutros tempos.
É como se em vez de cérebro tivesse vento,
como se o mundo fosse cinzento.
Só um pouco mais além
e a máquina há-de parar.
É uma máquina sem sentido,
que desenha palavras no ouvido
e viaja entre reis e princesas, cortes com duquesas
e sons do rock'n'roll.
Esqueço-me do partido,
esqueço os ruídos e traço a minha solidão.
Uns dias branca, outros sem cor,
Uns dias bem vinda, outros de dor.
A noite continua a meio, e sem o copo,
só me imagino meio cheio...
Joaquim Salgueiro