sábado, 31 de julho de 2010

O que se ganhou Feio...

Quem não brinca
nunca antes brincou,
e se não ri, nunca o exprimentou,
quem não sente a treta,
nunca te viu.

Nunca direi Feio em voz alta,
mas por debaixo da cama
onde o filme está guardado,
treta de sobra
toda espalhada. O riso ficou
na caixa, a treta no caixão,
a vida continua igual...

Talvez nunca vás embora,
embora às vezes seja preciso,
quanto homem foste, quantos risos
fizeste sair. Verdade,
nem o riso do planeta inteiro
te iria fazer parar. O que se perdeu
já lá vai, o pior foi o que se ganhou.
Saudade Feio, muita saudade...

Joaquim Salgueiro

Talvez um dia me sente, finalmente, em frente ao palco dele. Um génio. (1954-2010)


1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigado pelo teu primeiro poema dedicado a este HOMEM.
Fantástico...
Beijinho da mana