terça-feira, 28 de julho de 2009

A menina e o seu rio.

Passa ao lado
da moradia a rapariga
com as calças bem em cima
na margem do seu rio,
olhem as mãos já calejadas
tão preenchidas
de roupa como de tristeza,
mete roupa, tira roupa...
e lá fica ela a secar,
veste o fato e vai embora,
não a menina,
o outro que com ela estava,
dono da roupa.
Menina que passas
não te faças de despercebida,
és escrava rapariga,
mulher?, só quando
estiveres nos bordeis,
por agora vais-te mantendo
nas margens do teu rio
que em vez de água
traz doenças,
quem sabe lixo.

Joaquim Salgueiro

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