domingo, 5 de julho de 2009

sentimento que pára no tempo.

Numa casa só
e abandonada pelo tempo
onde o vento não passa
onde o presente não pára,
refugio-me com poemas medíocres,
palavras sem nexo
e inspiração desconexa
sangue estático
e estática na televisão ligada ao fundo.
Nesta casa apenas
me vejo,
onde sozinho me encontro com a dor
e percebo o abandono
que uma palavra não dita deixa,
a falta
a solidão triste duma noite de verão
e as lágrimas que não derramo
no chão,
os cortes que na alma tenho
e o som de sofrimento no coração.
Choro ou não?
Decidirei amanhã.

Joaquim Salgueiro

2 comentários:

Andreia Fausto disse...

"Choro ou nao? Decidirei amanhã!" Achei fantástico!:D

Tua, Inês . disse...

Morri a cada momento dessa noite. Mas até a solidão se rende a um sorriso nosso! Ja passou e só nos restam as boas noites de verão, ao teu lado como poderiam não ser?


Joaquim Salgueiro meu GRANDE amor!
(sim, é propositado :D)