Existe algures
alguém como eu,
que não escreve
mas reescreve o que já escreveu.
Talvez imagine neste
momento o mesmo que eu,
mais exacto,
preciso e imaginário,
e apague, ao mesmo tempo,
o meu-nosso cigarro.
E quem ouve,
ouve com paixão,
vê a reescreita
e risca as palavras
(para ele esqesitas)
que o mesmo poeta já leu.
(Olá meu eu,
és tu ou são
apenas as pessoas que lá fora
gritam?)
Joaquim Salgueiro

sábado, 24 de outubro de 2009
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Escrevo-te
Lembras-te de mim,
cada vez que passas na universidade
ou ouves lá fora a chuva?
Lembras-te,
(na minha distância)
da presença do meu ser
(quem me dera estar presente...)
quando a saudade
era maior que a crença,
enquanto chorávamos a despedida
sem lágrimas,
e nos beijávamos, devagar...
(na tua mente,
na tua boca
na tua alma)
Recordo eu,
mais tarde e sem fim,
será a presença
ou a inexistência de matéria minha
nessa tua viajada pessoa,
que me descobre e esventra?
Esventrado, caído e acabado,
sou morto de morto-vivo,
vivo cadáver,
amo de novo, nascido hoje
me reclamo,
vivo por ti,
vivo demais e, no fim
(fim de algo em mim)
estou bem,
estou bem assim.
Joaquim Salgueiro
cada vez que passas na universidade
ou ouves lá fora a chuva?
Lembras-te,
(na minha distância)
da presença do meu ser
(quem me dera estar presente...)
quando a saudade
era maior que a crença,
enquanto chorávamos a despedida
sem lágrimas,
e nos beijávamos, devagar...
(na tua mente,
na tua boca
na tua alma)
Recordo eu,
mais tarde e sem fim,
será a presença
ou a inexistência de matéria minha
nessa tua viajada pessoa,
que me descobre e esventra?
Esventrado, caído e acabado,
sou morto de morto-vivo,
vivo cadáver,
amo de novo, nascido hoje
me reclamo,
vivo por ti,
vivo demais e, no fim
(fim de algo em mim)
estou bem,
estou bem assim.
Joaquim Salgueiro
sábado, 17 de outubro de 2009
A necessidade.
A irmã : Tenho-te comigo em todo lado, no pensamento que me acompanha ao longo de dia (junto com a preocupação), onde de vez em quando, quando posso e me atrevo, visito o teu quarto e relembro as conversas desconversadas que aí já tivemos. Soa a algo tão banal que enjoa só de ler, como pode algo descrito não ter nada a ver? Será o indiscritível algo que além de não poder ser escrito, também não pode ser lido? Mas bem, pelo menos sentido. Sei bem que durante o dia são diversas as vezes em que te sentas e pensas (meia séria, meia discreta) "o que será que aquele rapaz anda a fazer?" . Fui bem treinado, tive mais que uma irmã, uma mãe e um ombro (um ombro esquesito tenho a dizer. Além de encosto tem ouvido) que , invariavelmente, nunca saiu do sítio. Por tudo o que posso dizer e tudo o que não disse, por todas as vezes que me perdoaste e me ensinaste, por tudo o que pensas e não falas ou por tudo o que escondes e partilhas (em jeito de silêncio, para mais ninguém perceber), mais que um obrigado. Um sincero obrigado.
O amigo : Mas por que raio tinhas que ter ido logo este ano embora? Porque raio tenho eu que sentir a tua falta e sentir-me feliz só de te ouvir falar? É verdade que já não vivo sem a habitual exposição de conhecimento musical/cinemático a que me sujeito de cada vez que tou contigo, é verdade que cada vez me habituo mais a viver sem te ter constantemente por perto e sim, é verdade, que cada vez que me rio contigo é verdadeiro. Nunca poderei esquecer imitações rafeiras de músicas como "eu sem ti quem era", "a música dos perfume" ou a mítica "beautiful ride", é verdade que nunca me vou esquecer do pes, do "qui é?!" da choradeira a caminho do act ou simplesmente uma noite qualquer no 115, com conversa acompanhada pelo fumo e pela sagres (tinhas que preferir sagres... panisgas!), se bem que também me fazes a vontade e também temos a super. Não posso quantificar as memórias que tenho contigo e muito menos as que quero continuar a ter, não te posso dizer o quanto mereces um, ou dois (ou quantos quiseres) "cafunés" só por me aturares e perceberes, e por fim, in a way of puting things... Strokes for the win!
A namorada : Não sei se deva meter apenas namorada. Não és apenas a namorada. Aliás, tu não és apenas. És muito mais que isso. Sabes todos os meus pontos (os bons e os maus), apoio-me sem medo em ti e sei que força, para mim, nunca te faltará. Confio-te a vida de cada vez que te sussurro um "amo-te" ao ouvido e exponho-me cada vez mais, ao ser apenas o meu ser. Sou contigo, vivo em ti, preciso-te (Quem me dera que não fosse uma expressão tão usada. Mas esta é única por dois motivos : primeiro, porque é verdadeira. Segundo porque é só tua). Deambulo pela minha mente e só a ti te encontro, cada vez mais exposta, cada vez mais minha. Era eu não te encontrar e o mundo acabar. Sei que cada vez que passo pela tua casa penso o quanto aí fui feliz. Sempre que passo em ruas desertas lembro-me daquele dia, quando fui tão feliz, tão teu, tão exposto. O engraçado, gostei de estar exposto. Obviamente (ai o Obviamente... fizemos dele o nosso café preferido sem darmos sequer hipótese a outros para se meterem na competição... mas não importa, é de facto explêndido. Ia ganhar de qualquer das formas.) que isso é estranho de se ouvir. Mas o que é realmente estranho é o facto de apesar de saber a estranheza dos meus sentimentos, sei que sentes de maneira igual. Nada nem ninguém no mundo poderá ser ou compreender isso como nós. Únicos. Perfeitos. Eternos.
Joaquim Salgueiro
O amigo : Mas por que raio tinhas que ter ido logo este ano embora? Porque raio tenho eu que sentir a tua falta e sentir-me feliz só de te ouvir falar? É verdade que já não vivo sem a habitual exposição de conhecimento musical/cinemático a que me sujeito de cada vez que tou contigo, é verdade que cada vez me habituo mais a viver sem te ter constantemente por perto e sim, é verdade, que cada vez que me rio contigo é verdadeiro. Nunca poderei esquecer imitações rafeiras de músicas como "eu sem ti quem era", "a música dos perfume" ou a mítica "beautiful ride", é verdade que nunca me vou esquecer do pes, do "qui é?!" da choradeira a caminho do act ou simplesmente uma noite qualquer no 115, com conversa acompanhada pelo fumo e pela sagres (tinhas que preferir sagres... panisgas!), se bem que também me fazes a vontade e também temos a super. Não posso quantificar as memórias que tenho contigo e muito menos as que quero continuar a ter, não te posso dizer o quanto mereces um, ou dois (ou quantos quiseres) "cafunés" só por me aturares e perceberes, e por fim, in a way of puting things... Strokes for the win!
A namorada : Não sei se deva meter apenas namorada. Não és apenas a namorada. Aliás, tu não és apenas. És muito mais que isso. Sabes todos os meus pontos (os bons e os maus), apoio-me sem medo em ti e sei que força, para mim, nunca te faltará. Confio-te a vida de cada vez que te sussurro um "amo-te" ao ouvido e exponho-me cada vez mais, ao ser apenas o meu ser. Sou contigo, vivo em ti, preciso-te (Quem me dera que não fosse uma expressão tão usada. Mas esta é única por dois motivos : primeiro, porque é verdadeira. Segundo porque é só tua). Deambulo pela minha mente e só a ti te encontro, cada vez mais exposta, cada vez mais minha. Era eu não te encontrar e o mundo acabar. Sei que cada vez que passo pela tua casa penso o quanto aí fui feliz. Sempre que passo em ruas desertas lembro-me daquele dia, quando fui tão feliz, tão teu, tão exposto. O engraçado, gostei de estar exposto. Obviamente (ai o Obviamente... fizemos dele o nosso café preferido sem darmos sequer hipótese a outros para se meterem na competição... mas não importa, é de facto explêndido. Ia ganhar de qualquer das formas.) que isso é estranho de se ouvir. Mas o que é realmente estranho é o facto de apesar de saber a estranheza dos meus sentimentos, sei que sentes de maneira igual. Nada nem ninguém no mundo poderá ser ou compreender isso como nós. Únicos. Perfeitos. Eternos.
Joaquim Salgueiro
Sem título ( I )
Lá ao fundo
vejo as pessoas
(serão ratos?)
que seguem as vidas
(totalmente programadas)
desordenadamente,
chiam e não falam
enquanto a roda não pára
(numa elegância desilegante),
pobres humanos,
parecem ratos.
E correm contra o relógio
(relógio ganha, humano é parvo),
portanto, cá bem do alto
eu sou falcão,
vejo entre cabeças a agitação,
caça distante,
pedindo a critíca
(quase em súplica).
Querem saber?,
são mesmo ratos.
Joaquim Salgueiro
vejo as pessoas
(serão ratos?)
que seguem as vidas
(totalmente programadas)
desordenadamente,
chiam e não falam
enquanto a roda não pára
(numa elegância desilegante),
pobres humanos,
parecem ratos.
E correm contra o relógio
(relógio ganha, humano é parvo),
portanto, cá bem do alto
eu sou falcão,
vejo entre cabeças a agitação,
caça distante,
pedindo a critíca
(quase em súplica).
Querem saber?,
são mesmo ratos.
Joaquim Salgueiro
domingo, 11 de outubro de 2009
bilhete (na tua cama)
o céu estuda de cima
o nosso amor,
pelo menos tudo o que ele significa.
Pelo menos somos um
e seremos.
joaquim salgueiro
(vem aqui, rouba o lugar na cama, o portátil, enfim, este rapaz é um desgraçado!)
o nosso amor,
pelo menos tudo o que ele significa.
Pelo menos somos um
e seremos.
joaquim salgueiro
(vem aqui, rouba o lugar na cama, o portátil, enfim, este rapaz é um desgraçado!)
sábado, 10 de outubro de 2009
(auto)Observação
Estou lá fora
e se me virem noutro espaço
é a alma que divaga,
não o corpo, esse é fidalgo.
Mas não me apetece
saber mais que o geral
sou poeta que vive em ruas
não sou uma mente recheada
nem vidente
de contos de fadas.
E passa o tempo por mim
sem que nada mude,
lá fora o mundo e as casas abandonadas
com habitantes provisórios
(e bolsos irrisórios).
Falta-me a mim mudar,
com esperança numa
mudança
de quem nunca viu
mas fez.
Joaquim Salgueiro
e se me virem noutro espaço
é a alma que divaga,
não o corpo, esse é fidalgo.
Mas não me apetece
saber mais que o geral
sou poeta que vive em ruas
não sou uma mente recheada
nem vidente
de contos de fadas.
E passa o tempo por mim
sem que nada mude,
lá fora o mundo e as casas abandonadas
com habitantes provisórios
(e bolsos irrisórios).
Falta-me a mim mudar,
com esperança numa
mudança
de quem nunca viu
mas fez.
Joaquim Salgueiro
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Homenagem ao interior português.
( Desde já ponho aqui o aviso : Vou editar o meu primeiro livro. Ainda não está definida a data de lançamento, mas de qualquer maneira , quando souber, avisarei concerteza. )
Vida que leva
o homem do tasco
serve e bebe
o vinho que do pipo
traz, além da cor,
sabor esquesito.
Vive de conversas
com pessoas de renome
(lá na aldeia
todos sabem quem é pobre)
e relembra a cada dia,
não fosse a missa,
a terrinha estava morta.
Quase que está
ouve-se nas ruas desertas
são as vozes de paralelos
e paredes da idade
de Portugal,
quase que não há gente
que caminhe
ou se espezinhe
(tirando as beatas que na paróquia habitam).
Revolta!
Revolta!
É o eco que as árvores
ouvem no vale
lá do tasco o gerente treme
entre um copo
e um prato que arrefece.
"se não estou morto,
já devia estar."
Joaquim Salgueiro.
Vida que leva
o homem do tasco
serve e bebe
o vinho que do pipo
traz, além da cor,
sabor esquesito.
Vive de conversas
com pessoas de renome
(lá na aldeia
todos sabem quem é pobre)
e relembra a cada dia,
não fosse a missa,
a terrinha estava morta.
Quase que está
ouve-se nas ruas desertas
são as vozes de paralelos
e paredes da idade
de Portugal,
quase que não há gente
que caminhe
ou se espezinhe
(tirando as beatas que na paróquia habitam).
Revolta!
Revolta!
É o eco que as árvores
ouvem no vale
lá do tasco o gerente treme
entre um copo
e um prato que arrefece.
"se não estou morto,
já devia estar."
Joaquim Salgueiro.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
alguém, que faz de alguém a fazer de alguém...
Tudo o que
não disse aos meus pensamentos
pode ser descrito
como inútil
vulgar ou fútil,
de pouco interessante
ora falso
ora humilhante,
não digo a mim
por isso escrevo ao mundo
se a mente
não conhece a verdade
e o coração
é apenas a maior obra de ficção
alguma vez criada
eu me rendo por fim
à verdade
fatal e real
de que por vezes a vida
sabe mais do que eu.
E que mal tem
eu me confessar a mim próprio?
Já que não digo
tudo ao meu ser
ao menos que a minha mente saiba o que pensa,
não vá mesmo a sociedade
pensar que só ela me controla...
Acabo a dizer
ao meu leitor
nunca se engane,
as pessoas são apenas imagens na sua cabeça...
tudo o resto é que importa.
Joaquim Salgueiro
não disse aos meus pensamentos
pode ser descrito
como inútil
vulgar ou fútil,
de pouco interessante
ora falso
ora humilhante,
não digo a mim
por isso escrevo ao mundo
se a mente
não conhece a verdade
e o coração
é apenas a maior obra de ficção
alguma vez criada
eu me rendo por fim
à verdade
fatal e real
de que por vezes a vida
sabe mais do que eu.
E que mal tem
eu me confessar a mim próprio?
Já que não digo
tudo ao meu ser
ao menos que a minha mente saiba o que pensa,
não vá mesmo a sociedade
pensar que só ela me controla...
Acabo a dizer
ao meu leitor
nunca se engane,
as pessoas são apenas imagens na sua cabeça...
tudo o resto é que importa.
Joaquim Salgueiro
domingo, 16 de agosto de 2009
Bilhete do nosso amor. (7ª folha)
"Meu amor,
Sussurro um amo-te ao vento. E o vento leva-o, uma e outra vez. Espero ansiosamente que o ouças, que o sintas, que me queiras. O fogo que me percorre as veias não se apaga com a escrita, admito, mas rezo para que se acenda em ti. Não quero arder sozinho. Nunca quererei. Pago agora as saudades por tanto te precisar e não me arrependo o tanto te amar, será demais? A menos nunca é, isso tenho a certeza. Neste pequeno excerto só uma coisa está no meu corpo. O teu coração.
Teu,
Joaquim Salgueiro"
(Esta é sem dúvida uma folha A5)
Sussurro um amo-te ao vento. E o vento leva-o, uma e outra vez. Espero ansiosamente que o ouças, que o sintas, que me queiras. O fogo que me percorre as veias não se apaga com a escrita, admito, mas rezo para que se acenda em ti. Não quero arder sozinho. Nunca quererei. Pago agora as saudades por tanto te precisar e não me arrependo o tanto te amar, será demais? A menos nunca é, isso tenho a certeza. Neste pequeno excerto só uma coisa está no meu corpo. O teu coração.
Teu,
Joaquim Salgueiro"
(Esta é sem dúvida uma folha A5)
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Diário do nosso amor. (6ª folha)
"Meu amor,
Estou parado e olho o céu. Lembras-te de Orion? Eu lembro. E lembrarei sempre, assim como aquela música que ficará no meu coração eternizada, assim como todos os momentos em que estive (ou não) contigo. Apetece-me enlouquecer e fugir do mundo contigo, raptar-te do que a ti te rodeia,
levar-te, ter-te e abraçar-te, como gosto de fazer. Penso sempre se estarás bem comigo. E espero sempre para mim que os meus braços sejam sempre para ti a tua única casa.
Admito que agora fechei os olhos e te imaginei, tão bela, sorridente e, nos meus lábios, ardente. É paradisíaco, confesso, poder sonhar contigo como tão bem sonho e saber que enquanto escrevo estarás tu suspirando por mim. Verdade, a tua falta é dura e crua, intragável e sofrida, meu amor, é falta de pouca dura, dias de chuva nunca vêm para ser eternos e tu que me iluminas, como sempre às-de voltar a reencontrar meus braços e um leve trocar de saudades encriptados nuns doces e apaixonados toques labiais. Mais até, prometo, já amanhã, tenho a vida em mim para te dar, vida e muito mais, é amor, é alma e acreditar! És tu meu amor, que me cantas no coração, embalas-me na tua voz e bem no espírito me falas, me recitas, me atrais. Íman do meu ser, posso afirmar.
É hora de te telefonar, preciso desesperadamente de voltar a ouvir a tua voz. Como sempre, amarte-ei no meu caminho. E obviamente, ainda temos muito a caminhar.
Teu,
Joaquim Salgueiro"
Estou parado e olho o céu. Lembras-te de Orion? Eu lembro. E lembrarei sempre, assim como aquela música que ficará no meu coração eternizada, assim como todos os momentos em que estive (ou não) contigo. Apetece-me enlouquecer e fugir do mundo contigo, raptar-te do que a ti te rodeia,
levar-te, ter-te e abraçar-te, como gosto de fazer. Penso sempre se estarás bem comigo. E espero sempre para mim que os meus braços sejam sempre para ti a tua única casa.
Admito que agora fechei os olhos e te imaginei, tão bela, sorridente e, nos meus lábios, ardente. É paradisíaco, confesso, poder sonhar contigo como tão bem sonho e saber que enquanto escrevo estarás tu suspirando por mim. Verdade, a tua falta é dura e crua, intragável e sofrida, meu amor, é falta de pouca dura, dias de chuva nunca vêm para ser eternos e tu que me iluminas, como sempre às-de voltar a reencontrar meus braços e um leve trocar de saudades encriptados nuns doces e apaixonados toques labiais. Mais até, prometo, já amanhã, tenho a vida em mim para te dar, vida e muito mais, é amor, é alma e acreditar! És tu meu amor, que me cantas no coração, embalas-me na tua voz e bem no espírito me falas, me recitas, me atrais. Íman do meu ser, posso afirmar.
É hora de te telefonar, preciso desesperadamente de voltar a ouvir a tua voz. Como sempre, amarte-ei no meu caminho. E obviamente, ainda temos muito a caminhar.
Teu,
Joaquim Salgueiro"
domingo, 2 de agosto de 2009
O dia a dia de serrano
Olha em volta
e aprecia
o rapaz da chique moradia
é finório
elegante e distinto,
rosa no peito
nota no bolso
e cachimbo que combina,
é alto
(por demasia)
rapaz sério
e caladito
não se abre
nem com as meninas!
o coitado do rapazito,
cá na terra
lá falam das companheiras
umas gordas
outras feias,
todas putas
todas pranhas,
trazem meninos
filhos
e sobrinhos
(à dias até um gandulo
lá foi parar,
era panilas
ouvi dizer)
Quando não chove
anda cá fora
"Olá senhor chique!"
Disseram olá?
Ele também não!
tem a mania
e nariz mais que empinado
raio do rico
era poder
e dava-lhe um cacete!
Enfim...
Amanha falarei da irmã.
Joaquim Salgueiro
e aprecia
o rapaz da chique moradia
é finório
elegante e distinto,
rosa no peito
nota no bolso
e cachimbo que combina,
é alto
(por demasia)
rapaz sério
e caladito
não se abre
nem com as meninas!
o coitado do rapazito,
cá na terra
lá falam das companheiras
umas gordas
outras feias,
todas putas
todas pranhas,
trazem meninos
filhos
e sobrinhos
(à dias até um gandulo
lá foi parar,
era panilas
ouvi dizer)
Quando não chove
anda cá fora
"Olá senhor chique!"
Disseram olá?
Ele também não!
tem a mania
e nariz mais que empinado
raio do rico
era poder
e dava-lhe um cacete!
Enfim...
Amanha falarei da irmã.
Joaquim Salgueiro
terça-feira, 28 de julho de 2009
A menina e o seu rio.
Passa ao lado
da moradia a rapariga
com as calças bem em cima
na margem do seu rio,
olhem as mãos já calejadas
tão preenchidas
de roupa como de tristeza,
mete roupa, tira roupa...
e lá fica ela a secar,
veste o fato e vai embora,
não a menina,
o outro que com ela estava,
dono da roupa.
Menina que passas
não te faças de despercebida,
és escrava rapariga,
mulher?, só quando
estiveres nos bordeis,
por agora vais-te mantendo
nas margens do teu rio
que em vez de água
traz doenças,
quem sabe lixo.
Joaquim Salgueiro
da moradia a rapariga
com as calças bem em cima
na margem do seu rio,
olhem as mãos já calejadas
tão preenchidas
de roupa como de tristeza,
mete roupa, tira roupa...
e lá fica ela a secar,
veste o fato e vai embora,
não a menina,
o outro que com ela estava,
dono da roupa.
Menina que passas
não te faças de despercebida,
és escrava rapariga,
mulher?, só quando
estiveres nos bordeis,
por agora vais-te mantendo
nas margens do teu rio
que em vez de água
traz doenças,
quem sabe lixo.
Joaquim Salgueiro
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Agradecimento.
Perdi horas
a tentar perceber-me
por dentro,
sem conclusão alguma,
esperança inexistente
de me encontrar
perdido, à deriva
vagueando aqui, ali,
subindo a vida
(ou será ela que
sobe por mim acima?)
e atirando-me ao
chão me rendo.
Por isso em casa,
à frente da lareira,
entre um café e um cigarro,
entre um olhar e um rasgo
de visionário
observo o espelho
e depois do nada aparente,
estou em ti morando,
sorrindo, chorando.
Já que na realidade nunca daí saí,
para quê mudar?
Outro café, outro cigarro,
a vida corre e agora
estamos eu, tu
a lareir, as folhas
lá fora ao vento,
uma casa, o nada,
o mundo.
Do vazio se fez este mundo,
obrigado meu amor.
Joaquim Salgueiro
a tentar perceber-me
por dentro,
sem conclusão alguma,
esperança inexistente
de me encontrar
perdido, à deriva
vagueando aqui, ali,
subindo a vida
(ou será ela que
sobe por mim acima?)
e atirando-me ao
chão me rendo.
Por isso em casa,
à frente da lareira,
entre um café e um cigarro,
entre um olhar e um rasgo
de visionário
observo o espelho
e depois do nada aparente,
estou em ti morando,
sorrindo, chorando.
Já que na realidade nunca daí saí,
para quê mudar?
Outro café, outro cigarro,
a vida corre e agora
estamos eu, tu
a lareir, as folhas
lá fora ao vento,
uma casa, o nada,
o mundo.
Do vazio se fez este mundo,
obrigado meu amor.
Joaquim Salgueiro
Saudade.
Recordo entre os teus beijos,
(foram tantos,
muitos outros virão)
o primeiro,
como que em jeito
de reclamação
reivindicar o que é demais
para mim necessário.
És um suspiro
ou um grito de alívio,
não sei bem,
no entanto
eu te preciso
e portanto te eternizo
com palavras vindas
do fundo de interior nunca antes calcado
e por isso,
de certo modo apavorado,
mantenho-me preocupado
com o que apenas te direi.
Será demais?
Nunca, penso eu,
amar-te-ei hoje,
para sempre
e quem sabe,
talvez depois.
Joaquim Salgueiro
(foram tantos,
muitos outros virão)
o primeiro,
como que em jeito
de reclamação
reivindicar o que é demais
para mim necessário.
És um suspiro
ou um grito de alívio,
não sei bem,
no entanto
eu te preciso
e portanto te eternizo
com palavras vindas
do fundo de interior nunca antes calcado
e por isso,
de certo modo apavorado,
mantenho-me preocupado
com o que apenas te direi.
Será demais?
Nunca, penso eu,
amar-te-ei hoje,
para sempre
e quem sabe,
talvez depois.
Joaquim Salgueiro
Entre um sorriso e uma lágrima.
Poetizo o que
sinto para não parar,
para não pensar,
até porque
já deixei de me ver
há muito,
mais que muito
tempo,
e agora encontro-me
em ti, olhando
bem por dentro
de tudo o que poderia
ser chamado de alma.
Verdade,
serei eu clone
ou escravo?
Não importa na realidade
estou voluntariamente algemado
e o cérebro paralisado,
qual mente,
coração apenas, só teu
teu e para sempre!
Joaquim Salgueiro
sinto para não parar,
para não pensar,
até porque
já deixei de me ver
há muito,
mais que muito
tempo,
e agora encontro-me
em ti, olhando
bem por dentro
de tudo o que poderia
ser chamado de alma.
Verdade,
serei eu clone
ou escravo?
Não importa na realidade
estou voluntariamente algemado
e o cérebro paralisado,
qual mente,
coração apenas, só teu
teu e para sempre!
Joaquim Salgueiro
certezas
Saberei sempre
o que escrevi para ti,
sempre o que quis dizer
e dir-te-ei sempre
o meu amor
paixão por paixão,
cada dia diferente
tal o tamanho
do crescente sentimento.
Nunca me esquecerei
de um beijo
ou carinho
numa casa onde
nunca sozinho,
fui maravilhosamente
conduzido
algures para além do espaço
e voltei,
contigo a meu lado,
ao teu sorriso
(Admito)
meu eterno paraíso.
Não fosse o amor eterno,
que tentasse!
mudaria tal fado
e seria o revolucionário,
por tua causa,
caderno do meu ser
Diário do meu viver.
Joaquim Salgueiro
o que escrevi para ti,
sempre o que quis dizer
e dir-te-ei sempre
o meu amor
paixão por paixão,
cada dia diferente
tal o tamanho
do crescente sentimento.
Nunca me esquecerei
de um beijo
ou carinho
numa casa onde
nunca sozinho,
fui maravilhosamente
conduzido
algures para além do espaço
e voltei,
contigo a meu lado,
ao teu sorriso
(Admito)
meu eterno paraíso.
Não fosse o amor eterno,
que tentasse!
mudaria tal fado
e seria o revolucionário,
por tua causa,
caderno do meu ser
Diário do meu viver.
Joaquim Salgueiro
Desejo.
A permanência do teu
ser apodera-se
de mim,
por mais que queira
quero sempre mais,
e o teu cheiro
permanece
assim como o sussurro,
beijo surdo
ou olhar mudo
fogo de vista
que arde mas não vê,
amanhã talvez
te possa conhecer uma e outra vez,
de vez em quando
tocar o prazer
e por fim eternizar
o teu ser
numa simples folha de papel.
Joaquim Salgueiro
ser apodera-se
de mim,
por mais que queira
quero sempre mais,
e o teu cheiro
permanece
assim como o sussurro,
beijo surdo
ou olhar mudo
fogo de vista
que arde mas não vê,
amanhã talvez
te possa conhecer uma e outra vez,
de vez em quando
tocar o prazer
e por fim eternizar
o teu ser
numa simples folha de papel.
Joaquim Salgueiro
sábado, 18 de julho de 2009
Diário do nosso amor. (5ª folha)
"Meu amor,
Sinto que escrever esta folha é demais previsível ou vulgar, não te quero escrever todos os dias, para poder com isso tornar alguns especiais, mas admito, tal fraqueza a minha que não consigo parar de escrever para ti quando as lágrimas me escorrem a face. Não sei se é tristeza ou felicidade, sei que é amor. Sei que é saudade. Ainda não parti numa tão curta jornada e já agora sinto a tua falta, o teu cabelo, a tua face, os teus lábios ou o delicioso toque da tua mão. Será isto demasiada paixão? Prometi para mim que nunca seria dependente de ninguém, a verdade é que nesse aspecto sinto-me um mentiroso incumpridor que quebra palavras e códigos de (talvez) conduta por amor, mas será errado a uma pessoa confiar a nossa alma? Surge-me agora esta dúvida e tenho que admitir, a ti nunca será um erro dar a minha paixão e de certeza que posso afirmar, entrego-te a chave da minha vida como se fosse mais um beijo, seguro e sentido, sem nada que uma outra intenção possa estar envolvida. Entrego-me meu amor. Admito também que pensei antes de quebrar tal promessa pensava que depêndencia significava aprisionamento. Outra vez estava errado e quando o falava era um mentiroso pervertido. (Só espero não me tornar um viciado doentio) Sei agora que tu me abriste a jaula e, pura e imaculada, apareceste tal santa iluminada, guiando seguidor à vida. Sim, eu vivo contigo. Vivo em ti meu amor.
Peço desculpa pelo desabafo em forma de diário publico-privado, mas se não me confessasse a ti, a quem mais me iria confessar? Sinceramente e com todas as forças, é muito mais do que alguém possa tentar explicar.
Teu,
Joaquim Salgueiro"
Sinto que escrever esta folha é demais previsível ou vulgar, não te quero escrever todos os dias, para poder com isso tornar alguns especiais, mas admito, tal fraqueza a minha que não consigo parar de escrever para ti quando as lágrimas me escorrem a face. Não sei se é tristeza ou felicidade, sei que é amor. Sei que é saudade. Ainda não parti numa tão curta jornada e já agora sinto a tua falta, o teu cabelo, a tua face, os teus lábios ou o delicioso toque da tua mão. Será isto demasiada paixão? Prometi para mim que nunca seria dependente de ninguém, a verdade é que nesse aspecto sinto-me um mentiroso incumpridor que quebra palavras e códigos de (talvez) conduta por amor, mas será errado a uma pessoa confiar a nossa alma? Surge-me agora esta dúvida e tenho que admitir, a ti nunca será um erro dar a minha paixão e de certeza que posso afirmar, entrego-te a chave da minha vida como se fosse mais um beijo, seguro e sentido, sem nada que uma outra intenção possa estar envolvida. Entrego-me meu amor. Admito também que pensei antes de quebrar tal promessa pensava que depêndencia significava aprisionamento. Outra vez estava errado e quando o falava era um mentiroso pervertido. (Só espero não me tornar um viciado doentio) Sei agora que tu me abriste a jaula e, pura e imaculada, apareceste tal santa iluminada, guiando seguidor à vida. Sim, eu vivo contigo. Vivo em ti meu amor.
Peço desculpa pelo desabafo em forma de diário publico-privado, mas se não me confessasse a ti, a quem mais me iria confessar? Sinceramente e com todas as forças, é muito mais do que alguém possa tentar explicar.
Teu,
Joaquim Salgueiro"
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Diário do nosso amor. (4ª folha)
"Meu amor,
Há certamente muito tempo que penso em ti. Há certamente muita coisa que digo e com certeza tanta que fica por dizer. A verdade é que quando não há palavras, não deveríamos inventar e pensar que isso é melhor do que um silêncio apaixonado ou que um beijo necessário num momento de amor. Apesar de isto ser verdade, também o é que se não te escrevesse não saberias tão bem a importância que um amo-te pode ter, ou se calhar até saberias. Assim sabe-lo melhor. E não me arrependo de inventar palavras novas para tentar descrever um sentimento inexplicável, nem que passe a minha vida toda assim. Também temos a vida toda, não é assim? Mas não me importo de ir tentando, talvez um dia atinja o que ninguém atingiu antes de mim consiga descrever o indescritível. Posso afirmar com certezas que esta carta, este diário do nosso amor, que é público mas privado por ser só nosso, não passa de mais um beijo e uma carícia no teu (sub)consciente. Acredito que esta fica bem guardada em ti, como as outras, e que nunca vais deixar de saber que este nosso publico-privado diário será a obra prima do nosso amor. Como sempre, hoje posso dizer que te amo. Amanhã será igual.
Teu,
Joaquim Salgueiro"
Há certamente muito tempo que penso em ti. Há certamente muita coisa que digo e com certeza tanta que fica por dizer. A verdade é que quando não há palavras, não deveríamos inventar e pensar que isso é melhor do que um silêncio apaixonado ou que um beijo necessário num momento de amor. Apesar de isto ser verdade, também o é que se não te escrevesse não saberias tão bem a importância que um amo-te pode ter, ou se calhar até saberias. Assim sabe-lo melhor. E não me arrependo de inventar palavras novas para tentar descrever um sentimento inexplicável, nem que passe a minha vida toda assim. Também temos a vida toda, não é assim? Mas não me importo de ir tentando, talvez um dia atinja o que ninguém atingiu antes de mim consiga descrever o indescritível. Posso afirmar com certezas que esta carta, este diário do nosso amor, que é público mas privado por ser só nosso, não passa de mais um beijo e uma carícia no teu (sub)consciente. Acredito que esta fica bem guardada em ti, como as outras, e que nunca vais deixar de saber que este nosso publico-privado diário será a obra prima do nosso amor. Como sempre, hoje posso dizer que te amo. Amanhã será igual.
Teu,
Joaquim Salgueiro"
Vontade.
Tudo muda o mundo
e no entanto não posso deixar de pensar,
tudo é tudo
e que outro poderia mudar
que língua seria esta sem o fumo
das guerras de há anos atrás
palavra viajada
entre terras de ideologias
diferentes e orgias de pensamentos
que pessoas
seriam as pessoas do planeta
se não houvesse o universo,
talvez nem houvessem pessoas
talvez nem houvesse mundo.
e portanto o meu tudo
que muda o mundo
é o raro astro
do outro lado do espaço
que me enfeitiçou com o gosto
das palavras
e acreditou
num miúdo com vontade de mudar
o tudo que gere o mundo.
A vontade não falta a este povo
(faltasse e seríamos outros)
o resto,
enquanto aguarda,
está sendo trabalhado
(trabalho inacabado de centenas de anos)
e , quem sabe um dia,
tudo esteja mudado.
(rezo eu a um Deus que não acredito
que esse dia seja amanhã)
Joaquim Salgueiro
e no entanto não posso deixar de pensar,
tudo é tudo
e que outro poderia mudar
que língua seria esta sem o fumo
das guerras de há anos atrás
palavra viajada
entre terras de ideologias
diferentes e orgias de pensamentos
que pessoas
seriam as pessoas do planeta
se não houvesse o universo,
talvez nem houvessem pessoas
talvez nem houvesse mundo.
e portanto o meu tudo
que muda o mundo
é o raro astro
do outro lado do espaço
que me enfeitiçou com o gosto
das palavras
e acreditou
num miúdo com vontade de mudar
o tudo que gere o mundo.
A vontade não falta a este povo
(faltasse e seríamos outros)
o resto,
enquanto aguarda,
está sendo trabalhado
(trabalho inacabado de centenas de anos)
e , quem sabe um dia,
tudo esteja mudado.
(rezo eu a um Deus que não acredito
que esse dia seja amanhã)
Joaquim Salgueiro
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